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memórias com cheiro a maresia..

Ser turista na cidade que nos viu nascer, provoca em nós uma nostalgia gigante, vão surgindo memórias à medida que vamos passeando nas ruas onde já fomos crianças birrentas, adolescentes inconscientes, onde os nossos olhos testemunharam o crescimento da família e ao mesmo tempo o desaparecimento de partes da mesma.
A Rua de São Bento em Lisboa, a casa que os meus avós escolheram para criar a família quando regressaram de Angola, casa onde vivi parte da minha infância. - lembro-me de tanta coisa que vivi ali - Foi ali que descobri a amizade, onde estudei durante anos, rua acima, rua abaixo as crianças tornaram-se adultos, os adultos separaram-se em pequenos grupos, os avós deixaram de existir nos dias permanecendo sempre no nosso coração. A família é a mesma, os sonhos são muitos e as vidas são distintas.
 
Ontem quando passei por lá, a casa era a mesma, - remodelada e transformada num museu e café/bar - as memórias voltaram todas, mas a nossa casa estava a viver outra vida, o supermercado mais acima onde a rotina de consumo alimentar se repetia diariamente, já não existe. - agora é uma loja de decoração daquelas bem modernas e de linhas contemporâneas - Mas também há coisas que permanecem, a casa/museu da Amália Rodrigues, a farmácia, a sapataria de esquina, e a pastelaria onde lanchei tantas vezes.
A conclusão é que a cidade pode alterar-se, os edifícios podem modernizar-se, mas as memórias, tudo o que vivi individualmente e com a minha família, ainda existe, trago tudo comigo, mas os amigos permanecem lá e quando volto a subir e a descer aquela rua é como se o tempo recua-se e tudo volta-se ao lugar. O tempo passa. O amor cresce e as memórias ficam para sempre.
 


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