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'Uma Carta Fora do Baralho'

É assim que Luísa Castel - Branco se descreve, uma carta fora do baralho, pela sua vontade de amar, esperteza de seguir as suas regras e não as que serão esperadas de alguém que viveu outros tempos.
A sabedoria não está em quem se aventura, arrependendo-se a quando da existência de consequências, sabedoria está em quem arrisca, quem se aventura e que voltaria garantidamente a fazer o mesmo ao deparar-se com a beleza das suas consequências, aquilo que a faz ser forte e amada, os seus filhos, amigos, amores, é assim que Luísa vê o seu percurso no mundo. É amante das palavras, da escrita, é amada pela sua gente.

Foi dois dias após o meu 20º aniversário que assisti à melhor entrevista, onde me identifiquei em praticamente tudo o que foi dito por uma pessoa sabida da vida, foi e é nessa entrevista que revejo muitos dos meus pontos de vista, que ainda serão fortemente testados ao longo da minha existência, uma conversa conduzida por um profissional que merece o nosso reconhecimento, pois executa um excelente trabalho, trazendo daqueles que estamos habituados a ver voar sobre nós, a descerem e darem-nos o que nos falta conhecer, obrigada Daniel.
Continuando, por vezes penso que sou igualmente 'uma carta fora do baralho' citando uma frase de Luísa, após assistir a esta entrevista, de chorar com o coração e com a alma, tive a certeza de que afinal não estou assim tão errada, que mesmo sendo mais experiente ainda existe alguém que tem a mesma perspectiva que eu, não em tudo claro pois ainda sou uma aprendiz ao lado de uma mestre do saber, do viver, do amar.

São tantas as coisas em que me vejo de cada vez que assisto a esta entrevista, desde o amor pelos outros, a forma de o mostrar, sem esperar que o tempo passe e nos impeça de agir, de sentir, de exprimir o que dizem os nossos olhos e o que sente o nosso coração. 'A coisa mais importante é não deixar a pessoa partir sem dizer que a amamos.', citando novamente e concordando plenamente, é realmente verdade que fica-mos com as palavras entaladas se não as disser-mos antes de partirem e dói muito mais, sei muito bem, é quase uma sensação de impotência, foi desde aí que nunca mais deixei de dizer aos outros o que sinto e o que me fazem sentir, antes que algum deles volte a partir, (a verdade é que é preciso perder para aprender).

A sua capacidade de ver as coisas como realmente são, a sua vontade de estar apta para que assim se possa entregar aos outros, realizando-se a si própria, fazendo dos outros pessoas felizes por a terem, a coragem de viver num mundo em que os homens simplificam e as mulheres tendem a complicar é admirável, assim como todas as palavras que escreve em cada livro, em cada crónica e que vai proferindo a cada entrevista ou rubrica, a capacidade em nos faz rir até doer a barriga e chorar até termos consciência da nossa inconsciência ou da própria realidade, é contagiante, é uma Mulher encantadora e se estar fora do baralho é ser feliz, é olhar para trás com vontade de repetir tudo da mesma forma, então quero continuar a ser essa carta, que nada tem a ver com a minha geração, que perdeu a vontade de constituir família  com alguém por quem sente um amor arrebatador, que perdeu a vontade de conhecer a fundo uma pessoa, porque agora lhes resta a vontade de estar no (facebook) e de a partir daí conhecer e estar com alguém que mal conhece, é a geração onde vim parar, mas as minhas maneiras de estar e de ver as coisas são de uma geração que passou, não critico quem o faça aliás cada um vive ao seu modo, eu acredito que apesar de ter (facebook), vim cá para ter filhos, amar, ser amada, sonhar, escrever ainda que não tenha um talento desmesurado para o fazer, sou sua eterna amante (da escrita), acima de tudo amo viver por ser tão feliz. 

Ainda que demoradas e talvez insuficientes, estas são as minhas palavras para alguém que deu um maior contorno ao meu modo de estar e me fez reflectir tantas coisas que já vivi e que certamente vou viver.

Muito Obrigada Luísa.

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