Percebi que era amor

Um dia eu conheci aquele que achei ser o rapaz certo.

Aquele que sabe fazer durar uma conversa mais do que aqueles 5 minutos das conversas de sedução que acontecem no primeiro encontro.

Tem um sentido de humor tão bom, que mesmo que alguém esteja para morrer dá-te aquele ânimo sem segundas intenções.

Um dia eu achei que eras o rapaz certo.

Porque consegues ler os meus pensamentos mesmo antes de os verbalizar.

Porque tens objetivos de vida como gente grande, aquela mesma gente que quer estabilidade num país que a vê por um canudo cheio de neblina.

Todos os sábados levas-me a ver o pôr do sol e eu passo o resto da tarde enroscada a ti, acreditando que tu és o rapaz certo.

Quando falámos em casar, eu não queria e tu querias.

Quando deixei de tomar a pílula, disseste que não querias filhos, é o que eu mais quero, e tu disseste que sim, hesitei mais uns meses porque um filho é para a vida, mas eu também quero que o nosso amor seja.

Quando fizemos sete anos de namoro, tu sem estar à espera compraste um teste de farmácia.

Tens o dom de me deixar sem palavras e como já sabes os meus pensamentos de olhos fechados, quando disse que não queria, deste-me um beijo e entre os lábios disseste: - um filho é para a vida e o nosso amor também, agora ainda com mais amor.

Um dia eu achei que encontrei o rapaz certo.

Aquele que  aceitou o meu tom de voz eufórico quando estou feliz, que faz piadas sempre que leio um romance, mas que logo a seguir me compra mais um.

O mesmo que me aguenta quando me falta a paciência para o caos que encontro quando acordo e já saiu.

Um dia eu encontrei o rapaz certo.

O mesmo que tem uma paciência de santo para as minhas crises parvas, naqueles dias em que o mundo conspira contra mim, mas é só na minha cabeça.

Casei com o mesmo amor com que quiseste os nossos três filhos e continuamos a viver este amor, com os mesmos defeitos e muitas mais qualidades.

Há histórias de amor para sempre e pessoas certas para toda a gente.

Amo-te.

PS: esta carta é para que percebas que te amo mesmo que a memória me falhe, outra vez.