Avançar para o conteúdo principal

Teorias do Quotidiano #2

A greve do Metropolitano de Lisboa, já não é protesto, é comodismo.

Hoje é fim do mês, daqui a quatro dias lá vou eu depositar mais 36 euros nas contas dos transportes públicos, aqueles que me levam a todo o lado e aqueles que só me atrasam a vida e/ou eu raramente lá ponho os pés.
Posto isto, já sabem que me estou a referir ao Metropolitano de Lisboa, que dia 10 vai fazer greve geral, mais uma entre as parciais e as gerais já lhes perdi a conta.

Ao contrário de muita gente eu raramente uso o Metro, por inúmeras razões, se lá ponho os pés uma ou duas vezes por mês ou seja umas dez ou vinte vezes num ano, acreditem que já é muito. A esta altura já se estão a questionar, então porque é que te queixas?

Ora bem, vamos começar pelo principio á uns anos o preço do passe passou a incluir obrigatoriamente o metro e a carris, ou seja além das inúmeras combinações de transporte já existentes, passámos a ter esta - ah e tal é mais caro mas pode utilizar ambos e saí mais barato - Torci o nariz logo que fui obrigada a pagar um serviço que raramente uso, para usufruir daquele que realmente me interessa.

Na altura lembro-me de deixar passar porque de quando em vez lá tinha eu de apanhar o metro, o tempo foi passando e a moda das greves dia - sim - dia - não, foi-se instalando e eu continuo a pagar o mesmo - por um transporte que se alimenta não só do meu dinheiro, como da minha boa vontade.

Não me interessa se os trabalhadores estão só a lutar pelos seus direitos - Isto já não é greve é comodismo, a meu ver já esgotaram todas as linhas da tabela de motivos para fazer greve e o que é que mudou? Nada. - Isto pode parecer egoísta da minha parte mas do parecer ao ser vai uma diferença gigante e vocês (trabalhadores indignados), já estão no patamar mais alto do egoísmo.

Um dos motivos das greves destes trabalhadores, é a privatização. - Ora tendo em conta o caus que se transforma a capital quando há greve seja ela parcial ou geral, tenho de confessar que sou completamente a favor dessa privatização, pois para além de pagar mais por menos (e não estamos a falar de uma promoção daquelas que apetece devorar), a confusão aumenta, os horários tornam-se uma confusão, a dificuldade em apanhar um autocarro onde não esteja tudo aos empurrões é nula - as pessoas em dia de greve parecem bichos, não á respeito e a verdade é que queremos chegar todos a horas, o nosso objetivo é o mesmo, mas a revolta de estar a pagar um transporte que nos falha constantemente torna-nos cada vez menos tolerantes.

Os nossos direitos também são violados constantemente e ai de nós de colocar-mos sequer a hipótese de não carregar o passe - é logo coima da boa para o orçamento que qualquer dia de tanto esticar nem se mexe. - Mas claro está é pagar o mesmo todos os meses sem protestar ou então toca de ir a pé. Não tenho a mínima pachorra para protestos comodistas, - sim, porque eu gostava de saber como é que ainda não entenderam que isto não vai resolver nada.
Eu preciso de vocês pelo menos mais uns meses, mas fica a dica, já que não querem parar de tirar "folgas", perdão lutar pelos vossos direitos então pensem nos contribuintes que vos sustentam no fim de cada mês e no bonito que era descontarem no valor do passe os dias que fazem greve.

(e para ajudar à festa a carris dia 10 também faz greve.)




Comentários