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Outro Tipo de Amor III

Há amores impossíveis de explicar, pessoas difíceis de descrever. Tão difícil que as palavras se tornam insuficientes para mostrar a força que move aqueles corações que respiram felicidade, aquelas almas andantes que espalham amor em sintonia. 
É para mim prazeroso falar e devorar aqueles laços, aquele amor, que faz daqueles seres, felizes e que inevitavelmente eu não fico indiferente, comprovando que o amor acontece e permanece, puro e transparente sem que cada um perca a sua essência própria.

O meu olhar atento, observa meticulosamente, os movimentos daqueles corpos cheios de vitalidade, dominados pela força, o respeito, a lealdade, a determinação, a conserva, a confiança, a loucura, a verdade, a independência, que ao mesmo tempo os torna dependentes, uns dos outros, sobretudo do amor que nutrem, amor esse que os amolece nas horas de agitação louca, em que a juventude rebelde, desafia as mentes conservadoras, que deixaram para trás a loucura outrora impedida de ser livre.

O Artur e a Carlota, a base de todos os outros que vão surgindo e dão seguimento ao amor que os une.
Apesar da minha tendência para o romantismo e a mariquice, não consigo ficar indiferente a estes dois corações que apesar de diferentes se uniram e juntos se vão completando. A Carlota com a sua alma pura e determinada, o seu lado tendencioso para adocicar o Artur quando este dá mostras da sua mente conservadora e irredutível, mas ao mesmo tempo apaixonada, os dois ao seu modo lá se vão entendendo, numa ligação de 'poucas' palavras e inúmeros gestos de confiança e generosidade, lá se vão amando, cada vez mais. É um amor delicioso, inspirador, é eterno, é outro tipo de amor.
 Quando os vejo, fico parva com tudo o que os meus olhos vêm sem que uma única palavra seja proferida. É eterno. Acredito que até na eternidade os olhos deles se vão olhar como da primeira vez, os corações bater tão forte, como se as suas almas respirassem, onde a sabedoria e a doçura vão lá estar, de mão enlaçadas uma na outra, como eu os observo agora em vida.

Um amor. Duas Filhas. Duas Netas. A Paula, a mais velha, dona de um espírito livre e louco mas contido, ela que ao mesmo tempo é o reflexo da doçura e determinação da Carlota, transporta consigo uma energia jovem e contagiante.
A Manuela vem depois, mas em si está a personalidade de quem vem por último, mas aos olhos alheios, parece ter sido a primeira a vir. Reflecte-se em si Artur, é mais ponderada, mais conservadora e irredutivél, mas ao mesmo tempo apaixonada e divertida, tem pulso firme, contudo tem uma tendência para querer ter tudo sob controle, tentando impedir de voar aquilo que trouxe ao mundo para ser livre.
São irmãs, amigas, que apesar de opostas se amam, são filhas maravilhosas e mães quase perfeitas.

A Lorina (filha da Paula) e a Isa (filha da Manuela), são tão parecidas, com idades tão distintas, mas talvez a convivência e a ausência de irmãos as tenha tornado tão 'iguais', e tenha fortalecido os laços que as unem. São ambas aventureiras, rebeldes, loucas, transportam consigo uma beleza física à qual ninguém consegue ficar indiferente, completando-se com personalidades fortes, doces, vincadas, provocando a impaciência da Manuela, o lado mais doce do Artur, o espírito aventureiro da Paula e a dedicação da Carlota. E assim deixam de parte as divergências e polvilham de amor, sabedoria, loucura, os momentos que partilham juntos, deixando-me completamente rendida.




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