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Amor Contemporâneo

É um amor próprio. Exigente. Misterioso. Delicado. Energético. Segmentado. Sensual. Contemporâneo.
É desta forma que tento ao meu modo descrever algo indescritível  dizem os sabidos e amantes do assunto, digo eu ainda que inexperiente sobre algo que se sobre põe a mim, algo que me domina sem que eu consiga de modo algum dominar. 
A sua energia suga-nos desde a pontinha dos cabelos, até à pontinha dos pés, fazendo com que a nossa silhueta se movimente lentamente e o nosso corpo se molde aos vários passos que o género exige, faz de nós viciados dos seus movimentos delicados e amantes da sua forma apaixonante de expressar sentimentos em silêncio.
Todos os géneros de dança são exigentes, cada um com as suas características fazem as delicias de quem aprecia os géneros existentes. Desde o Ballet, passando pelo Hip Hop, Danças de Salão, Danças Contemporâneas, chegando ás Danças Africanas, todos estes e restantes estilos dançantes, fazem um pouco da personalidade de quem os pratica, sendo que de certa maneira o género de dança que nos identifica, ou com o qual nos identificamos é certamente aquele que acaba por vincar a nossa forma de estar, a nossa personalidade, uns destacam a sensualidade do ser humano, outros a genica dos mesmos, são variadas, e abrangentes a todas as idades, géneros e feitios. É uma arte que se baseia no sentimento que se coloca em cada movimento, renovando, a mente e acordando os nossos corpos para mais um dia, para mais uma vida.
Não sei dançar, não tenho genica nos pés, nem sensualidade no corpo e nos movimentos que qualquer género exige, olho um pouco a medo para esta arte que faz as pessoas mais felizes, mas sou fã, de quem sabe executar, de quem ama, de quem tem jeito para dançar. 
Adorava saber dançar, na minha opinião é algo que nasce connosco, claro que depois com o passar do tempo vai-se aprimorando e tornando cada vez melhor, com trabalho, alguém entendido já me disse que é uma questão de treino, talvez, mas pergunto, como é que se treina a genica ou a sensualidade que o corpo desses seres dançantes tem? Chego à conclusão de que a minha teoria tem mais lógica, mas quem sabe um dia alguém me consiga fazer mudar de ideias, atenção,  para mim sensualidade não é só as curvas bem delineadas no corpo, é essencialmente os movimentos executados, que nos fazem vibrar e nos deslumbram com a sua beleza, pois eu tenho um bom porte e não é por isso que sou dominada pela sensualidade, esse tipo de sensualidade é só para alimentar os olhos, é superficial, e eu refiro-me a toda a sensualidade que se encontra na nossa alma e faz do nosso corpo o mais bonito independentemente das suas formas, independentemente dos erros quando executamos uma coreografia, a beleza está sempre lá se for genuína e não superficial.
Aprendi algumas técnicas há coisa de dois anos, com uma excelente profissional que transporta consigo a sensualidade e carisma genuínos, foi a primeira vez que me apaixonei pela dança de forma a querer mesmo executar, foi um processo difícil pois sou teimosa, mas houve uma teimosia que se intensificou e derrubou a minha, despertando o meu interesse e a minha exigência, acabei assim por descobrir potencial no meu corpo que eu nunca me tinha apercebido que existia! Incrível como o nosso corpo é nosso desconhecido em alguns pontos e nos surpreende acabando por surpreender quem está à nossa volta. 
Adoro dançar, este género em particular, mas tenho consciência das minhas capacidades, e decididamente gosto muito mais de ver, apesar das minhas energias se renovarem de cada vez que executo algum passo, de ballet ou contemporâneo.
Todos temos o nosso talento, e o meu está nas mãos e na forma como executo e expresso as palavras, não se pode ser bom a tudo, é verdade, mas tentar nunca foi impedimento e aparte da minha falta de jeito, tento ser sempre a melhor em tudo o que faço, em parte isso se deve não só á minha vontade, como também aos profissionais que passaram no meu percurso profissional. 
Obrigada por me fazer extravasar as minhas capacidades, mesmo que sejam minimas. Obrigada por me fazer ver que não é por se dar tudo numa coisa e esquecer as outras que o resultado será o melhor, a força que me deu ainda anda às cambalhotas no meu coração.
Muito Obrigada Marta Martinez.


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