Uns nascem. Outros morrem.
É assim a vida e o seu segmento, acabando por nos privar de momentos com pessoas que certamente teriam muito para nos ensinar.
Foi uma despedida tão inesperada, tão cruel que me leva a pensar que se calhar foi preferível assim, numa altura em que a minha mente era inconsciente dos acontecimentos que se sucediam ao meu redor.
Mesmo não me lembrando do vosso toque, da vossa forma de amar, de nos amar, sei por meio de pessoas que vocês criaram, que me contam como eram, o que acontecia a cada presença vossa e como foi ainda que só de ti (avó), a reacção quando soubeste que a mãe estava grávida de gémeos.
Sim, porque o saber que eram dois, que foi aquilo que sempre quiseste, fez mudar a tua visão das coisas.
Obrigada primeiramente por teres sido uma mente aberta.
Por nos teres acolhido desde o primeiro minuto, por nos teres amado mesmo que a curto prazo, dizem que o amor dos avós é o dobro para os filhos dos seus filhos, é outro tipo de amor.
Hoje, vejo as avós das minhas amigas, a cuidar delas como de certo uma avó ou um avô cuida de um neto e penso como seria se a vida não vos tivesse levado tão prematuramente.
Seria certamente ainda mais feliz do que sou, porque eram pessoas maravilhosas.
Não sei se é possível, mas sinto a vossa falta, por tudo o que ficou por viver, de resto não posso sentir falta de algo que nunca tive, mas sinto do que poderia e queria ter tido.
Acredito que um dia nos voltaremos a encontrar e a desfrutar deste amor de outra forma, noutro lugar.
Acredito numa força superior, que olha por todos nós, sinto que vocês fazem parte dessa força, porque não acredito em acasos, a vossa partida aconteceu por alguma razão, quero acreditar que foi para cuidarem de nós, para nos guiarem, sempre perto do coração.
A cada despedida mais um pouco do que era a Família vai-se deteriorando. E no céu mais estrelas se vão encontrando.
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