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Teorias do Quotidiano #1

Ser ou não ser?

Esta foi a primeira "teoria", que me surgiu hoje, vá confesso, os meus pensamentos já tinham dado uma olhadela neste assunto, em conversas com amigas, ou artigos sobre o mesmo em revistas, aquelas que se acham pedagogicamente corretas, mas intensificou-se de cada vez que me deparo com uma mãe diferente. Sim é sobre a maternidade, sobre ser ou não ser mãe.
Vou começar por mim, desde os meus nove anos que me imagino com um monte de filhos em casa, não sei se é o relógio biológico ou se isso é mais uma das nossas sensações despertadas pelo psicológico, frases feitas que todos usam para justificar a falta de argumentos sobre os assuntos. Ah e tal "isso é o relógio biológico a despertar, que sorte." ou " deve ser maravilhoso"
Prosseguindo, quem me conhece é certo e sabido esta vontade de ser mãe, mas mais tarde percebi que o trabalhar com elas também me realizava, então estudei para tal e hoje posso dizer que tenho o melhor emprego do mundo rodeada de pestes, as minhas pestes.
Quanto aos meus filhos, já tenho os nomes e já tentei imaginar cada traço deles, mas não adianta isso só prolonga a minha ansiedade e a vontade para tal continua sem satisfação, aos poucos vou tentando não pensar nisso, até que eles venham.
Tenho amigas que querem ter filhos (as quais eu não imagino com filhos), tenho amigas que já têm filhos, (todos a pensarem que eu era a primeira, toma lá que o meu relógio afinal não anda bem afinado) e tenho aquelas que não querem de todo imaginar as suas vidas com criancinhas com fome de três em três horas, ou até mesmo tropeçar em carros e peças de leggo.
Uma vez em conversa com uma amiga (sim falo imenso disto com elas, a amizade também é aturar o que não se quer), ela jurou a pés juntos que não suporta crianças, que não quer ter filhos e que fará de tudo para não haver forma de lhe saltar um aos berros para o colo (acreditem quando digo tudo é TUDO). 
Na altura fiquei escandalizada, do tipo: "estás parva? Não digas esses disparates as crianças são a melhor coisa do mundo.", depois disto ela começou a argumentar (sim para mim só com argumentos e dos bons é que me calam bem caladinha) e assim foi.
Acabei por lhe confessar que adoro crianças, e tudo o que elas trazem à nossa vida, ou se calhar não é tudo, pois é, foi ai que me apercebi que o gostar só não chega, que assim como nem todos gostam de peixe, nem todas as crianças nos enchem as medidas e nem todas as mulheres querem ou foram talhadas para ser mães. 
Eu particularmente não gosto das birras sem motivo, do choro sem razão, quando a fralda está mudada e a barriga cheia, ou até mesmo um choro falso porque NÃO é a palavra que mais os mete na ordem, não gosto mesmo nada daquelas crianças sem educação, e que os pais acham as suas acções a maior das graças, pois é e ainda quero ser mãe, mesmo muito, mas apagava todas essas características, ou amenizava, sim porque eu gosto de desafios e ninguém disse que era fácil. 
Conclusão, cada um é para o que nasce e eu acho que nasci para tal, assim como já percebi que não há mulheres que queiram ser mães ou que o saibam, sou pela igualdade, e acho que todas merecem desfrutar da maternidade, mas todos os dias me apercebo mais que nem todas nós nascemos para o ser.
A questão fica assim respondida, ser ou não ser ? Cabe a cada uma de vós decidir isso. 
Já preparei as minhas amigas que quero igualmente uma catrefada de sobrinhos, mesmo aquelas que não tenham relógio.

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